O povo de Deus presente em Vieiras-MG testemunhou um momento histórico: a elevação da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus à condição de Santuário Diocesano. A Solene Celebração Eucarística com o rito de Sagração do Altar aconteceu na noite de quarta-feira, 22 de novembro de 2023 e foi presidida por Dom Edson Oriolo, bispo da Diocese de Leopoldina, sendo concelebrada por diversos sacerdotes da Congregação dos Agostinianos da Assunção e do clero diocesano.

A celebração foi marcada por um significado especial para o povo de Vieiras e região, devotos do Senhor Bom Jesus, titular da comunidade paroquial. A Santa Missa também marcou a posse do primeiro reitor do santuário, o padre Cláudio Abreu Rodrigues, AA, e contou com a participação do superior provincial da congregação dos Agostinianos, padre Luiz Gonzaga da Silva, AA, além de tantos outros religiosos e uma expressiva participação de fiéis.

Em homilia, dom Edson Oriolo comentou que o povo de Vieiras acolhe tantas pessoas no santuário para a experiência do encontro com Deus. “É uma grande graça que esta comunidade está recebendo. É uma história construída pelos padres assuncionistas e acredito que tantas pessoas importantes fizeram a história de Deus aqui neste templo e, hoje, estão intercedendo por nós e felizes por esta casa torna-se um santuário da Igreja diocesana de Leopoldina”, disse o bispo.

O novo reitor, padre Cláudio Abreu Rodrigues, AA, comentou que está sendo um momento especial para todos os padres da congregação, que exerce um trabalho missionário em Vieras e Eugenópolis há muitos anos. Ele destacou que milhares de peregrinos participam do Jubileu em Vieiras, buscando a graça e proteção do Senhor Bom Jesus.

Padre Marcos Antônio, AA, destacou o significado deste acontecimento, ressaltando que um santuário é um local de memória, onde se celebra a ação de Deus na história, além de ser um espaço para os sacramentos e a ação de graças.

Para a senhora Aparecida Dornelas, é uma emoção ver a elevação da Igreja como um coroamento de uma longa jornada de fé e, simultaneamente, como um ponto de partida para a continuação do trabalho evangelizador e de acolhimento aos peregrinos. O Santuário agora se apresenta como um símbolo vivo da fé e esperança da comunidade, um lugar de encontro com o divino e de proclamação da Palavra.

O BRASÃO

Na mesma ocasião, o padre Marcos Antônio, que também é membro da Congregação dos Assuncionistas, explicou a simbologia do brasão do novo Santuário. Segundo o padre Marcos, o brasão traz ao centro a Cruz sobre um fundo vermelho que remete ao manto de escárnio com que os soldados revestiram Nosso Senhor, antes de Pilatos apresentá-Lo à multidão, com as palavras “Ecce Homo”, isto é, “Eis o Homem”.

Sobre o fundo escarlate, sobressai o Santo Madeiro, árvore da Vida, uma vez que o Mistério da Cruz foi a primeira devoção dos desbravadores daquela região. Unindo os dois lenhos sagrados vê-se a coroa de espinhos que designa a realeza ofendida do Divino Salvador e simboliza a forma como Jesus restaurou a amizade entre Deus e a humanidade, uma vez que os espinhos representam a condição do homem depois da queda, afastado de Deus.

Abaixo do lenho horizontal, o brasão faz referência aos religiosos assuncionistas, aos quais está entregue a custódia do Santuário. Sob o braço direito da cruz contempla-se uma tríplice estrela, que remete ao carisma assuncionista, centrado na unidade com Cristo por meio da vida interior, da qual a Virgem Maria é modelo; na unidade com os irmãos, pela escolha da vida fraterna; e na unidade com a Igreja, por meio dos compromissos apostólicos.

Sob o braço esquerdo da cruz, encontra-se a inscrição ART de “Adveniat Regnum tuum”, isto é, “Venha Teu Reino”, divisa dos assuncionistas, encimada por uma Coroa. Assim, pelos méritos de Cristo, passa-se da Coroa de Espinhos à Coroa de Glória, diadema régio dos filhos, readmitidos à casa paterna, coerdeiros de Cristo, cujo Reino cada um deverá acolher, primeiramente em si, para depois anunciá-lo ao mundo.

Padre Cláudio Abreu, pároco de Vieiras, também estava presente e lembrou que nos dias que antecedem a elevação da Matriz de Vieiras a Santuário Diocesano, os padres assuncionistas realizaram um tríduo, que começou no domingo, dia 19/11; em cada dia foi celebrada a Santa Missa, sempre às 19h00, e juntamente com a comunidade local e com os romeiros do Bom Jesus, os pregadores meditaram sobre os aspectos espirituais e pastorais dessa nova realidade, evocando o Santuário como lugar de fazer memória da Ação Salvadora de Deus, lugar do encontro sacramental e lugar de comunhão eclesial.

Finalmente, os padres assuncionistas e a comunidade local expressaram o sentimento de profunda gratidão a dom Edson José, bispo diocesano de Leopoldina, pelo seu zelo em promover a ação evangelizadora em nossa Diocese por meio de várias iniciativas, entre as quais se destaca o incentivo para que nossas paróquias, todas elas, sejam um sinal de esperança e de alento para nosso povo, sobretudo aqueles que, cada dia mais, buscam na Igreja uma referência para atravessar com confiança em Deus, as dificuldades do tempo presente.